O complicado trânsito de Jacarta na Indonésia

Para as pessoas  que reclamam do trânsito na cidade de São Paulo, saibam que em Jacarta, capital da Indonésia, a situação é bem pior. Todo esse problema é devido à alta densidade populacional e a grande expansão do turismo local. Dados de 2011, dão conta que a cidade tem uma população de mais de 10 milhões de pessoas distribuídas em 661 Km², em comparação com a cidade de São Paulo que tem  1530 Km² de extensão e uma população que também ultrapassa os 10 milhões, Jacarta  apresenta a média assustadora de 15 mil habitantes pro Km². Essa alta densidade populacional resulta em diversos problemas, principalmente no trânsito, um dos maiores desafios das autoridades locais.

trânsito em Jacarta

Jacarta, conta com uma boa estrutura ferroviária, atendendo várias  cidades da região  metropolitana, entretanto, é incapaz de suportar o número de usuários nos horários de pico, situação bem parecida  com  São Paulo e Rio de Janeiro.

O volume de tráfego na cidade cresceu acentuadamente causando engarrafamentos. A infraestrutura de transporte  público não consegue acompanhar o aumento da demanda.

Graças a um acordo com o Japão, Jacarta, espera em breve diminuir os problemas com o trânsito caótico, que se reflete assim que desembarca no aeroporto  Sukarno, um dos mais movimentados do sudeste asiático.

Já está em obras, a construção do segundo e terceiro corredor exclusivo para  ônibus, sendo um  deles para a circulação de trólebus, visando diminuir a emissão de CO2 por parte dos ônibus.

Também está em  construção, duas linhas de monotrilho, ligando as regiões leste e oeste da cidade, as mais populosas. Também está em  projeto a implantação de duas linhas de Metrô, ligando a região norte e sul, com conexões as linhas do monotrilho.

Ciclovia em Jacarta, opção para o trânsito caótico

Apesar da presença de muitas estradas e avenidas largas, Jacarta sofre com o congestionamento devido ao tráfego pesado, especialmente  no centro comercial da cidade. Antes do acordo com os japoneses, uma solução um tanto quanto curiosa foi adotada para tentas minimizar os congestionamentos nos horários de pico. Trata-se  da lei “três em um”, que foi implantada em 1992, determinando que nos horários de pico é proibido trafegar com menos de  três passageiros por carro em determinadas vias.

Outro fator  de transtorno no trânsito é o  número crescente de motocicletas  nas ruas. O mar  de pequenas motocicletas de 100-200cc, gera muita  poluição  no  ar e muita   poluição sonora, sendo essa uma das pragas de  Jacarta, segundo Marco Kusumawijawa, diretor do Centro de Rujak de Estudos Urbanos de Jacarta.

Todos  esses fatores se assemelham aos problemas urbanos que temos aqui nas grandes cidades como, São Paulo e Rio de Janeiro, o diferencial de Jacarta é o investimento pesado em transporte público, visando  oferecer um serviço de qualidade para diminuir o número de carros nas ruas, enquanto aqui no Brasil, o maior investimento está no transporte individual, ou seja, na melhoria das vias públicas, criação de novos corredores e investimento na engenharia do tráfego, deixando de lado o transporte público.

O Metrô de São Paulo tem apenas 74,3 Km de extensão, contra 201 Km na Cidade do México e 101 Km em Santiago do Chile. Nos últimos dez anos a expansão do Metrô em São Paulo foi de 22 Km enquanto que em Santiago foi de 65 Km.

 Com todo o poderio econômico que tem a cidade de São Paulo, a expansão do Metrô foi pífia em comparação com os países vizinhos, que melhoram muito na questão do transporte público, como Bogotá na Colômbia, que modernizou sua frota de ônibus criando novos corredores de trólebus pensando também na poluição que atingia níveis elevadíssimos, e graças a esses investimentos no transporte, a cidade melhorou seu ar, diminuindo os congestionamentos, e oferecendo um transporte eficiente e moderno.




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