Contra crise, moda no Japão são hotéis a preços baixos e com espaço mínimo
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Hotel Cápsula no Japão |
Com os números de
turistas e de preços de hotéis no Japão subindo graças a um iene desvalorizado,
empreendedores têm colocado a criatividade para funcionar em um novo nicho de
acomodações cheias de estilo, mas baratas, em beliches, cabines e
compartimentos de todos os formatos e tamanhos.
A diária para uma noite
em um quarto duplo pequeno de hotel com serviço limitado na área central de
Tóquio pode custar até 30 mil ienes (US$ 240, ou R$ 750) hoje. Mas, se você
procurar um pouco mais, pode ir para a cama com conforto por uma fração desse
valor.
A apenas dez minutos de
caminhada do famoso bairro de compras Akihabara, em Tóquio, um prédio branco de
oito andares chamado Grids fica entre blocos residenciais e de escritório. O
hotel, uma conversão de um edifício comercial de 34 anos, aberto em abril,
oferece quartos que custam de 3.300 a 5.000 ienes (R$ 82 a R$ 125) por pessoa.
A cama de um beliche em
um quarto compartilhado é a opção mais barata, e inclui chinelos, toalha de
banho e o uso de um armário com chave.
Uma habitação standard
dupla, de 12 metros quadrados, com chuveiro e vasos sanitários compartilhados,
custa 3.600 (R$ 90) ienes por pessoa. Se você veio com família ou amigos, o último
andar tem um quarto premium, de 28 metros quadrados, com tatames em um piso
elevado, onde os hóspedes também podem colocar futons para até quatro pessoas,
com custo de 5.000 ienes (R$ 125) por pessoa.
"Converter um
prédio de escritórios em hotel é uma maneira ideal de responder à imediata
necessidade por leitos de hotéis", disse Yukari Sasaki, executivo da
Sankei Building, incoroporador do Grids. "Construir um hotel do zero custa
hoje muito dinheiro, por causa dos altos custos de construção".
Geralmente, leva-se
cerca de três anos para construir um novo hotel; a Sankei gastou menos de um
ano para abrir o Grids desde que começou a planejá-lo, no último verão [do
hemisfério norte].
A empresa já prepara
outra propriedade para o Grids, no distrito de Nihonbashi, próximo à estação
Tokyo, e está planejando novos empreendimentos em Kyoto e Osaka.
Um recorde de 13,4
milhões de estrangeiros visitou o Japão no passado, em parte graças a um iene
desvalorizado. O país quer aumentar esse número para 20 milhões até 2020, ano
da Olimpíada de Tóquio, e para 30 milhões até 2030.
CABINE DE AVIÃO
A First Cabin também
possui hotéis em prédios que antes eram comerciais em seis cidades pelo mundo.
A rede cobra cerca de 5.500 ienes (R$ 137) por uma "cabine de classe
executiva", com uma cama de solteiro e mais nenhum espaço adicional. Isso
representa pouco mais de uma unidade de um dos famosos hotéis-cápsula
japoneses, mas há um pé-direito suficiente para os hóspedes ficarem em pé. Por
mais cerca de mil ienes (R$ 25), você consegue uma "cabine de primeira
classe", com espaço para abrir uma mala e se trocar.
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Hotel First Cabin, proporciona um pouco mais de espaço |
O First Cabin em
Tsukiji, próximo ao famoso mercado de peixes de Tóquio, é um prédio de
escritórios que passou por retrofit, com um café no térreo, que vira um
"wine bar" à noite. Hóspedes tomam banho em banheiros coletivos, para
até dez pessoas.
Também há "hotéis
de nove horas", baseados na ideia de que pessoas dormem por sete horas e
precisam de uma hora antes e depois do sono, em Kyoto e no Aeroporto
Internacional Narita.
Eles caracterizam-se
por "módulos de dormir", similares às dos hotéis-cápsula, mas são
mais elegantes e alegam possuir colchões melhores.
Fonte: Folha de São Paulo
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