Pesquisadores projetam ruas inteligentes
Pesquisas para criar ruas automatizadas com carros inteligentes
capazes de viajar de um ponto ao outro sem motorista não são exclusividade de
grandes companhias inovadoras, como o Google, ou universidades nos Estados
Unidos e Japão.
Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia em Sistemas Embarcados Críticos (INCT-SEC) prevê a criação
de carros e
ruas inteligentes com tecnologia brasileira.
O Instituto trabalha em conjunto com várias universidades para
desenvolver soluções inteligentes para o trânsito. Leandro Villas, doutor em
Ciência da Computação pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais),
trabalha em parceria com o INCT-SEC numa pesquisa de redes veiculares.
Este projeto pretende, por meio de sensores instalados nos
veículos e nas pistas, capturar e interpretar as informações do trânsito em
tempo real e auxiliar o motorista a tomar certas atitudes. Por meio de
comunicação sem fio, o computador de bordo do carro pode ter acesso instantâneo
às informações de tráfego e conversar com os sistemas de outros veículos de
forma que, as decisões cabíveis a determinadas situações, como frear, desviar
ou aumentar a velocidade sejam mais inteligentes e eficientes que as tomadas
por um motorista humano. Na prática, isto pode permitir criar carros que
dirigem sozinhos pelas ruas.
Leandro explica que, com os avanços em tecnologia da informação e
comunicação, os interesses em colocar os veículos em uma rede inteligente têm
aumentado. “A tendência atual é prover veículos e estradas com recursos que
tornam a infraestrutura de transporte mais segura, mais eficiente e o tempo dos
passageiros na estrada mais agradável” afirma o pesquisador. O uso dessa
tecnologia evitaria acidentes e, numa grande cidade, permitira que os carros se
deslocassem de forma mais organizada, diminuindo o trânsito.
Para que o sistema dos carros seja mais seguro, é necessário que
eles recebam informações, em tempo real, sobre congestionamentos, acidentes,
condições perigosas das estradas, condições meteorológicas e localização de
estacionamentos, postos de gasolina e restaurantes. À medida que os veículos
forem integrados com sistemas inteligentes, o trânsito também se torna mais
eficiente.
“Desta forma, podemos aumentar a capacidade da rede
rodoviária, reduzir a poluição e os congestionamentos, além de tornar o tempo e
o percurso da viagem mais previsível”.
Leandro Villas acredita que o desenvolvimento dos sistemas de
transportes inteligentes pode reduzir estes custos, ao fornecer informações
atualizadas e dinâmicas relacionadas às condições do tráfego. Além disso, estes
sensores também podem diminuir o número de acidentes nas estradas.
Até o momento, as soluções foram testadas somente em simuladores.
Porém, como lembra o doutor, em breve (talvez em 2013) certamente essas
soluções serão testadas na prática. Os mesmos sensores estão sendo implantados
em pontos específicos para o estudo.
O Rio Monjolinho, na cidade de São Carlos, por exemplo, possui
dispositivos que alertam o corpo de bombeiros sobre risco de enchentes. Desta
forma, os mesmos sensores podem, em um futuro breve, avisar os motoristas com
antecedência o momento ideal para se trafegar nas marginais.
Ao ser questionado sobre parcerias com concessionárias ou
montadoras, Villas afirma que por enquanto não há conversas com as fabricantes,
mas que em breve pretende estabelecer uma parceria com a AutoBan, que
administra estradas do interior paulista.
Fonte: Exame Meio Ambiente
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