Japão até hoje não formalizou pedido de desculpas às mulheres coreanas


Uma questão veio à tona na década de 1980, sobre as mulheres coreanas que foram obrigadas a trabalhar em bordéis para soldados japoneses durante a guerra. Um grupo de cidadãos sul-coreanos realizou uma campanha para obter um pedido oficial de desculpas e compensação por parte do governo japonês. Em 1991, uma mulher sul-coreana, que diz ter servido em um bordel para militares, visitou o Japão. Ela concedeu uma entrevista coletiva, em que exigiu que o governo japonês resolvesse a questão.

Manifestação de mulheres coreanas em Tokyo

Em resposta, o governo japonês prometeu investigar se o ex-Exército Imperial estava envolvido no caso. Em 1993, o então secretário-chefe do gabinete, Yohei Kono, reconheceu o envolvimento do Exército Imperial e ofereceu um pedido de desculpas, além de lamentar o fato de que a honra e a dignidade de muitas mulheres foram feridas.

Contudo, o governo japonês não chegou a pagar compensação a estas mulheres, alegando que a questão já foi resolvida seguindo termos legais em 1965, quando o Japão e a Coreia do Sul normalizaram seus laços diplomáticos.

Em vez disso, o governo e o setor privado criaram, em conjunto, em 1995, o Fundo para Mulheres da Ásia, para oferecer dinheiro, assistência médica e benefícios sociais a mulheres que foram obrigadas a se prostituírem em bordéis para militares. O fundo recebeu o requerimento de mulheres da Coreia do Sul, Taiwan, Filipinas, Indonésia e Holanda. A instituição foi desativada em 2007.

Entretanto, a maioria das mulheres da Coreia do Sul que trabalharam em bordéis se recusou a aceitar os pagamentos do grupo, uma vez que queria um pedido de desculpas e compensação diretamente do governo japonês.

Em dezembro de 2011, o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, e o premiê japonês, Yoshihiko Noda, se reuniram em Kyoto. Lee manifestou a esperança de que Noda tomasse uma decisão e exercesse liderança para resolver a questão. Contudo, o premiê japonês reiterou a posição do país de que o caso foi resolvido em 1965 sob termos legais. No entanto, ele acrescentou que o Japão irá analisar a questão, levando em conta o ponto de vista humanitário.

As mulheres sul-coreanas que tiveram que se prostituir em bordéis, assim como seus grupos de apoio, estão realizando uma manifestação semanal nas proximidades de uma estátua de uma menina dedicada a estas mulheres, que foi colocada em frente à embaixada japonesa em Seul. O Japão está pedindo à Coreia do Sul que remova esta estátua.

Fonte: NHK WORLD


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