Países irão discutir comércio ilegal de marfim



A Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção deve ser realizada pela primeira vez em três anos em Bangcoc, na Tailândia, no fim do mês de março. Os participantes vão discutir medidas para restringir o comércio internacional de animais silvestres e protegê-los do risco de extinção. Elefantes na África são um desses animais que serão discutidos na conferência. Apesar de uma proibição da comercialização internacional deste animal, a quantidade de marfim ilegal apreendida em todo o mundo tem registrado recorde.


Segundo Tomoaki Nishihara, do departamento do Congo, da Sociedade de Preservação de Animais Silvestres, uma organização não-governamental, existem dois tipos de elefantes na África: o elefante da savana e o elefante da floresta. O elefante da floresta, em especial, está correndo o risco de extinção. Uma pesquisa conduzida na República do Congo mostra que havia 10 mil elefantes da floresta em 2006, mas o número caiu pela metade nos cinco anos que se seguiram.

A caça ilegal de elefantes aumentou devido às crescentes demandas de marfim nas nações asiáticas, incluindo a China e Tailândia, que estão em rápido crescimento econômico. Também, há maior acesso às armas em toda a África, tornando a caça ilegal mais fácil. Após o fim das guerras civis em várias partes do continente, rifles automáticos Kalashnikov começaram a ocupar o mercado negro e a serem vendidos a preços reduzidos. Além disso, os militares que estão lutando em guerras civis também estão matando os elefantes para ganhar dinheiro com a venda de marfim e alimentar os soldados com sua carne.


Após proibir o comércio internacional de elefantes em 1989, a Convenção em questão permitiu, por duas vezes, que nações que armazenam de forma apropriada o estoque de marfim comercializassem uma determinada quantidade do produto. Esta medida provocou uma maior demanda de países importadores, resultando em uma elevação da caça e comércio ilegais.

Assim, em antecipação à conferência em Bangcoc, Burkina Fasso e Quênia apresentaram uma proposta sobre o congelamento da comercialização de marfim para os próximos nove anos, sem exceção. Eles esperam que o congelamento possa proporcionar tempo para a observação.

Contudo, o Japão e outros países da Ásia vão se opor à ideia. Sua posição é de que o comércio envolvendo marfim deve ser reiniciado por um determinado período para manter o estoque. Isso porque um estoque estável reduz os preços do mercado e contém atividades ilegais. Entretanto, regras para monitorar a comercialização de marfim não são suficientes tanto na Ásia quanto nos países da África. Se a proibição for suspensa, o comércio ilegal poderia se acelerar. O Japão deveria implementar um sistema que possa garantir a transparência na sua monitoração de comércio de marfim. Esta medida irá fazer com que outras nações asiáticas lancem esforços para acabar com o comércio ilegal.

Os caçadores são africanos, mas são os países desenvolvidos que estão construindo estradas no continente para a extração de madeiras de florestas tropicais e recursos minerais, e dão acesso a habitat de animais silvestres. Esta é a primeira vez que os países desenvolvidos, que estão se beneficiando desta exploração, se engajam seriamente para acabar com a destruição de vidas silvestres. 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Estrangeiros contam as dificuldades de ter uma esposa japonesa

Japão é campeão de reciclagem de latas de alumínio

O que fazer com as casas abandonadas no Japão