Biodigestores, uma alternativa sustentável para problemas de saneamento

As questões envolvendo o “lixo” são um dos temas mais debatidos atualmente no Brasil. Muito se tem discutido sobre o que fazer para diminuir a quantidade de lixo produzido, a coleta seletiva, o destino correto, etc. Das grandes cidades, o Rio de Janeiro, deu o primeiro passo estipulando multa para quem joga lixo na rua. A fiscalização começou a partir do dia 20/08 e quem for flagrado jogando lixo na rua terá que apresentar seu CPF, tendo que pagar uma multa a partir de R$ 157,00, aumentando conforme o volume de lixo. Quem joga lixo enquanto dirige, também será multado, nesse caso o fiscal anotará a placa do veiculo e a multa será encaminhada para a residência do motorista.

Mas o que fazer com tanto lixo que aumenta a cada dia? Os aterros sanitários estão com sua capacidade no limite. Uma opção que tem muitos simpatizantes e amplamente difundida nos países desenvolvidos são as usinas de incineração, mas que no Brasil ainda encontram muitas dificuldades na implantação devido ao alto custo, pois requer tecnologia avançada no sistema dos catalisadores para diminuir os efeitos da poluição.

No Japão, a incineração é o sistema mais utilizado nas cidades, possuindo a mais moderna tecnologia do mundo. Nas regiões rurais do arquipélago, outra tecnologia simples, barata e bem antiga é amplamente utilizada: são os biodigestores.



O esterco de bovinos, porcos e galinhas são altamente poluentes, especialmente se chegarem aos cursos de água, por isso, a opção dos biodigestores contribui para diminuir o aquecimento global e provendo energia barata para habitantes de áreas rurais.

O equipamento consiste em uma caixa de entrada para receber os resíduos diluídos em água; em seguida, o material vai para uma câmara onde inicialmente sofre fermentação que converte açucares em acido acético. Depois que todo o oxigênio foi usado, em ambiente completamente anaeróbico, as bactérias sobreviventes, que dispensam o oxigênio, passam a produzir gás metano, a biomassa restante vira biofertilizante.

Os biodigestores anaeróbicos que produzem biogás podem ser fabricados em todos os tamanhos, seja para uma pequena fazenda de um mini- produtor rural ou para grandes áreas destinadas ao agronegócio.

A maior província japonesa em extensão de terra é Hokaido, onde se concentram um  número de pequenas propriedades rurais, onde a técnica dos biodigestores é muito utilizada. Além de dar um destino correto e eficiente para os resíduos, o biogás proveniente da bio digestão pode ser usado para cozinhar em casas próximas ao local de produção, o que evita o consumo de gás natural. Também pode ser usado para aquecer abrigos de animais no rigoroso inverno japonês, aquecer estufas de plantas e servir como combustível para geradores de energia elétrica.

ideia de que gás combustível pudesse surgir da fermentação de resíduos orgânicos é antiga; o fenômeno foi observado pela primeira vez há pelo menos quatro séculos e no começo do século XIX o gás foi identificado como metano por pesquisadores na Europa. No entanto, o uso do biogás se tornaria popular nos países em desenvolvimento. Índia e China são pioneiros e lideres mundiais no uso de biodigestores.

O Brasil ainda sofre muito com problemas de saneamento. Mais da metade dos domicílios no Brasil não são sequer conectados a rede coletora. E o que chega a ser coletado, menos da metade recebe algum tipo de tratamento. Esse esgoto sem tratamento esta por aí, poluindo os rios, o meio ambiente e espalhando várias doenças.


Não há dados sobre a utilização de biodigestores no Brasil, mas estima-se que o número seja bem baixo. Uma tecnologia sustentável e barata que devia ser incentivada, onde 95% dos municípios são pequenos, com população inferior a cem mil habitantes. 

Comentários

  1. Muito boa informação sobre os Biodigestores usados no Japão há muitos anos. Em nosso país tem muita gente do japão que pode nos ajudar a trabalhar com os Biodigestores. Muito obrigado pela boa informação.

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