A “pororoca dekassegui” leva mais nikkeis de volta para o Brasil

O projeto foi lançado faz três anos pela empreiteira Fujiarte e tem ajudado na recolocação de mão de obra dekassegui no retorno ao Brasil. Este mês, vinte operários brasileiros vão iniciar estágio no Japão e depois embarcam para trabalhar em seu País.


Até o momento, três grupos de cerca de 60 pessoas já participaram em julho de palestras em Nagoya. Encarregados do Projeto Pororoca, falaram sobre uma situação que já vêm de três anos atrás.

O crescente investimento de empresas japonesas no Brasil e a busca por mão de obra entre operários brasileiros no Japão. É uma união entre o útil e o agradável que tem cerca de 80 empresas cadastradas com vagas em aberto em vários setores.

Multinacionais japonesas instaladas no Brasil abrem vagas para brasileiros, dekasseguis com experiência de trabalho operário em fábricas no Japão.



Para muitos é grande a expectativa de fazer o caminho de volta para casa com a garantia de emprego em firma japonesa.

Segundo, a brasileira Lídia Akemi Shimizu, uma das participantes das palestras do Projeto Pororoca, o que mais a estimula a voltar para o Brasil, são as boas expectativas de crescimento da economia e trabalhar em uma empresa japonesa, onde já conhece todo o sistema de trabalho, facilitando a readaptação ao mercado de trabalho no Brasil.

Os participantes das reuniões em Nagoya preencheram uma ficha cadastral e passaram por entrevistas individuais. Entre eles, vários encarregados de empreiteiras que dominam bem o idioma japonês e acreditam nas oportunidades de recolocação profissional.

O nome do projeto faz referência ao encontro das águas na região amazônica, com a inversão do curso das águas do rio. Seria agora algo como a “pororoca dekassegui”, com os trabalhadores fazendo o movimento contrário, de volta ao Brasil.

Tyson Koto, de 22 anos de idade, trabalha na fábrica da Honda na província de Mie-Ken e acreditou que o Japão proporciona sim aprendizado que pode ser interessante agora no retorno ao Brasil.

“Aqui no Japão a gente aprende muita coisa. O Japão me deu educação, me deu serviço. Tudo que eu tenho agora é graças ao Japão, essa oportunidade também, aliás. É engraçado, porque todas as pessoas que vieram para o Japão foi atrás de serviço, e agora a gente está indo atrás de serviço para o Brasil, acho que ninguém esperava”, expressou Tyson.

O projeto foi lançado pela empreiteira Fujiarte, que faz 20 anos com seu escritório em São Paulo que tratava da vinda de dekasseguis ao Japão. Com a redução nas ofertas de trabalho aqui, decidiu inverter o foco e atender os que pensam fazer o caminho de volta.



“Após a crise econômica, muitos brasileiros retornaram, e empresas japonesas começaram a fazer investimento no Brasil e agora está procurando mão de obra nikkei, que entendem o sistema de produção e dominam o japonês e inglês”, diz Ryoichi Noda, um dos encarregados do Projeto.

O Projeto Pororoca apenas faz a apresentação dos candidatos e presta assessoria no período de treinamento no Japão. A contratação é direta, entre o funcionário e a empresa interessada na mão de obra.

Fonte: IPC Digital


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