Campanha no Japão busca evitar que pessoas digitem enquanto andam


As novas tecnologias sem sombra de dúvidas vem nos facilitar a vida, mas algumas dessas inovações acabam por deixar-nos reféns a ponto de não conseguir mais viver sem eles. É o caso do celular, hoje em dia não conseguimos sais de casa sem ele, mas seu uso exige atenção, principalmente no trânsito, tanto conduzindo veículos como pedestres.

No mundo inteiro, a maioria das campanhas de alerta ao uso do telefone celular é voltada para quem dirige falando, escrevendo ao volante. No Japão, o foco é diferente. O foco é o pedestre que anda e tecla.

Chegou mensagem e o esbarrão veio anexado. Os japoneses estão olhando mais para baixo do que para frente. Isso acontece no mundo inteiro, mas em uma metrópole com 30 milhões de pessoas, como Tóquio, pode ser perigoso. Quer se escolher música, escrever, checar mensagens, ver mapa caminhando. E, às vezes, até quando estão olhando para frente, a mão com o telefone permanece para o alto, em um reflexo que deixa claro o quanto estamos dependentes.

Um rapaz não larga o celular para nada e não se preocupa muito. Diz que consegue teclar e andar. A grande desculpa de todo mundo é que é coisa rápida, ‘só uma olhadinha na tela’. Pois bem, o que aconteceria se todo mundo resolvesse dar a tal ‘olhadinha’ enquanto atravessa uma rua? Essa experiência foi feita no Japão. E não em uma rua qualquer.

O cruzamento de Shibuya, no centro de Tóquio, é o mais movimentado do mundo. Nos horários de pico, até três mil pessoas cruzam essa rua a cada sinal. Para garantir a segurança de todos, o experimento foi feito no computador. Os prédios, a distância entre as esquinas, tudo foi reproduzido. Os bonequinhos representam as pessoas que andam em velocidades diferentes: 6, 4 e 3 quilômetros por hora.

Seriam 1,5 mil pedestres olhando para o celular, perdendo parte considerável da visão. Quando o sinal fica verde para eles, começa a simulação. No começo é possível desviar, mas logo começam os encontrões, telefones ao chão e pessoas também.

Quando o sinal fecha, o resultado: apenas um terço chegaria bem, sem qualquer esbarrão. O resultado surpreendeu até a empresa de telefonia que patrocinou a campanha. ‘Os telefones têm muitas funções e as pessoas acabam ficando muito tempo olhando para a tela’, diz o representante da empresa. Se os japoneses vão mudar seus hábitos, é difícil prever.  Mas, agora, eles conhecem bem os riscos.

Essa simulação aponta o extremo. O número de vítimas em acidentes desse tipo em Tóquio, em 2013, nem foi tão alto: 36 pessoas. Mas, os bombeiros dizem que esse número está crescendo e que já há casos graves, como o do homem que entrou, sem perceber, na linha férrea e foi atropelada por um trem.

Fonte: G1

 

 



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