Enquanto no Brasil a gasolina terá aumento, no exterior ela fica mais barata


A gasolina é um desses exemplos de como o Brasil é um país surpreendente. Quando o preço do petróleo estava nas alturas no mundo inteiro, por aqui ele ficou praticamente congelado.

E agora que o óleo está sobrando os preços derretem no mercado internacional e por aqui a gasolina vai ficar mais cara. 

O governo federal vai aumentar os impostos dos combustíveis. A nova alíquota do PIS Cofins será cobrada a partir de fevereiro. Nas refinarias, o litro da gasolina deve subir R$ 0,22. E o diesel, R$ 0,15. O custo final para o consumidor pode ser ainda maior. No pico da alta, no mercado internacional, o barril do petróleo chegou a custar U$ 107 em junho de 2014. Agora vem sendo cotado por menos da metade. 

Tendência que não se aplica ao Brasil. O Centro Brasileiro de Infraestrutura fez a comparação. Enquanto a gasolina estava em alta no exterior, o preço era mais baixo no Brasil. E quando o valor caiu lá fora, aqui começou a subir.

No início de 2015, o produto está quase 70% mais caro do que no mercado internacional. O diesel custa 53% a mais.

Um bom exemplo está no Japão, O preço da gasolina comum caiu pela 26ª semana consecutiva, segundo dados divulgados nesta quarta-feira em uma pesquisa encomendada pela Agência de Recursos Naturais e Energia do Ministério da Economia, Comércio e Indústria.



No último dia 19 de janeiro, o litro da gasolina comum estava sendo comercializado a ¥139,60 (R$ 3,09), em média, uma queda de ¥3 em relação à semana anterior.

O preço dos combustíveis registrou a maior queda semanal contínua desde 1990, quando o governo começou a computar essas informações.

Há 26 semanas, em julho, o litro da gasolina custava ¥169,90 (R$ 3,76) no valor de pico, o que representa uma queda de ¥30,30 (R$ 0,66) nesse período. Trata-se do menor valor em dois anos e cinco meses.

Com o anúncio do governo sobre o aumento das alíquotas de tributos sobre combustíveis, o consumidor vai ter que pagar mais caro, mesmo com o preço do barril em queda lá fora. Mas por que o preço do combustível nas bombas segue na contramão da cotação internacional do petróleo?

Segundo o Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, o governo brasileiro represou os preços enquanto o valor do barril disparava no mercado externo. E agora não consegue acompanhar a redução da cotação estrangeira porque a Petrobras tenta recuperar o que perdeu nos últimos anos.

O especialista em energia Rafael Schechtman estima que o prejuízo da empresa foi de R$ 13 bilhões por vender gasolina mais barata do que no exterior. E calcula que a empresa precisará de seis meses para reequilibrar as contas. “A Petrobras importava esse combustível mais caro e vendia mais barato aqui, além de deixar de ganhar no combustível produzido no Brasil. Agora que o mundo inteiro vai usufruir de uma gasolina mais barata, o que representa isso? representa que o consumidor ao gastar menos, ele dispõe de recursos para gastar em outras coisas, isso vai ajudar a dinamizar a economia de diversos países, enquanto que a nossa não vai usufruir isso, desse benefício”, afirma.


Segundo o especialista, outro fator pesa no custo. Metade do preço da gasolina no Brasil é de carga tributária. Nos Estados Unidos, o imposto é de 15%. Na Europa, 65%. Mas mesmo com a carga pesada de impostos, o combustível europeu consegue sair mais barato do que o brasileiro. A diferença é que lá o valor da gasolina acompanha o preço do barril no exterior.

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