Candidatos nikkeis são discretos e poucos usam apelidos para ‘facilitar’ a vitória na eleição


Chamar a atenção no meio de tantos candidatos, com apenas alguns segundos de participação nas propagandas eleitorais, não é tarefa fácil. Por isso, valer-se do bom humor e do inusitado na hora de escolher o nome de candidatura pode ser uma arma poderosa. Pelo menos é nisso que aposta um grande número de pessoas, que aproveita a pouca restrição por parte a Justiça Eleitoral e utilizam nomes criados para chamar a atenção da população.

Como ocorreu em pleitos anteriores, nas listas por todo o Brasil, a criatividade rolou solta. Para sobressair, vale de tudo. Alguns buscam apelidos de infância, outros preferem usar a profissão. Há também aqueles que criam personagens. Dentre os diversos nomes estranhos desse ano, destaque para Bizarro, Cebolinha, Neymar Cover, Pão Torrado, Galo Cego e Mestre Drácula. Entre os candidatos nikkeis, porém, poucos ousaram. Os que mais chamam a atenção em São Paulo são: Eduardo Tsuneo Saito (PHS), que deve ser procurado nas urnas como “Saito-San”; Siusaku Hirashima (PSB) como “Marcos da Foto”; Carlos Munetachi Hayashida (PV), que optou por Carlos da Interpisos; Roberto Shizuo Kumasaka (PV), registrado como “Prof. X; além de Elmer Hayashiguchi (PSC) e João Yoshitika Nose (PDT), que se utilizam do primeiro nome seguido do apelido “Japonês”.

Deputado Federal Junji Abe
De acordo com a lista do Tribunal Superior Eleitoral, a maioria dos nipo-brasileiros apenas abreviou o nome. Antonio Yosiaki Muraki (PTB) virou “Toninho Muraki; Patrícia Kiyomi Tani (PSDC) simplificou para Patrícia Tani. Já Pedro Massami Kikudome (PTN) virou Pedro Kaka. Alguns também se utilizaram de títulos para compor o nome. Francisco Tadao Nakano (PDT) virou Dr. Nakano. O mesmo acontece com Henri Hajime Sato (PMDB), Anne Hanae Matsumoto (PSL), Charles Hider Kobayashi (PRTB) e Mauro Keiji Araki (PTB), que colocaram a profissão de médico antes do nome. Já Marilda Watanabe (PV) aparece nas propagandas com o título de professora antes do nome.

Nessas eleições também podem ser encontrados, em todo o canto do país, os “falsos orientais”. Em Goiás, Cirlei De Araújo Costa (PRP), usa Cirlei Japão; Willian Moura de Carvalho (PTN), de Minas Gerais, se intitula apenas com o nome do país nipônico. Já Denildo Araujo da Silva (PSL), usa o apelido “O Japa de Ilhabela”.


Normalmente, a Justiça Eleitoral somente indefere os nomes que atentem contra o pudor. Também são vetados os casos em que se tente utilizar nomes de instituições públicas, como por exemplo: “José dos Correios” ou “João da Petrobras”. Apesar da proliferação de nomes curiosos, as últimas eleições mostraram que usar tal estratégia nem sempre dá resultado, pois são quase inexistentes os candidatos com nomes exóticos na Câmara Federal ou nas Assembleias. Além dos apelidos, outras estratégias são usadas pelos partidos para conseguirem eleger mais nomes. A principal delas é apostar nos famosos como “puxadores de votos”. Entre os conhecidos do grande público que se candidatam nas eleições desse ano está o cirurgião plástico Robert Rey, apelidado de Dr. Rey, que se filiou ao partido PSC; e Marcos Pontes, o astronauta brasileiro, que é candidato pelo PSB.

Fonte: São Paulo Shimbum

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