Brasil é o 8° país com maior número de analfabetos adultos
Um relatório divulgado em Janeiro pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aponta que o Brasil aparece em 8° lugar entre os países com maior número de analfabetos adultos. Ao todo, o estudo avaliou a situação de 150 países.
De acordo com a mais recente Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) em 2012 e divulgada em setembro de 2013, a taxa de
analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais foi estimada em 8,7%, o que
corresponde a 13,2 milhões de analfabetos no país.
Em todo o mundo, segundo o 11° Relatório de
Monitoramento Global de Educação para Todos, da Unesco, há 774 milhões de
adultos que não sabem ler nem escrever, dos quais 64% são mulheres. Além disso,
72% deles estão em dez países, como o Brasil. A Índia lidera a lista, seguida
por China e Paquistão.
O estudo também mapeou os principais desafios da
educação no planeta. A crise na aprendizagem não é só no Brasil, mas global.
Para a Unesco, o problema está relacionado com a má qualidade da educação e a
falta de atrativos nas aulas e de treinamento adequado para os professores.
No Brasil, por exemplo, atualmente menos de 10% dos
professores estão fazendo cursos de formação custeados pelo governo federal,
segundo dados do Ministério da Educação (MEC). Entre os países analisados, um
terço tem menos de 75% dos educadores do ensino primário treinados.
Sobre os investimentos na área, das 150 nações
analisadas, apenas 41 atingiram a meta da Unesco, ou seja, aplicaram em
educação 6% ou mais de seu Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas
as riquezas geradas. O Brasil é um deles, mas o gasto anual por aluno da educação
básica é de cerca de R$ 5 mil. Em países ricos, esse valor é três vezes maior.
Meta até 2015
No Fórum Mundial de Educação realizado em 2000, 164
países (entre eles, o Brasil), 35 instituições internacionais e 127
organizações não governamentais (ONG) adotaram o Marco de Ação de Dacar, em que
se comprometem a dedicar os recursos e esforços necessários para melhorar a
educação até 2015.
Na ocasião, foram traçados seis objetivos: os
países devem expandir os cuidados na primeira infância e na educação;
universalizar o ensino primário; promover as competências de aprendizagem e de
vida para jovens e adultos; reduzir o analfabetismo em 50%; alcançar a paridade
e igualdade de gênero; e melhorar a qualidade da educação.
Segundo o relatório da Unesco, esse compromisso não
deve ser atingido globalmente, apesar de alguns países terem apresentado
avanços nos últimos anos.
Em todo o mundo, a taxa de alfabetização de adultos
passou de 76% para 82% entre os períodos de 1985-1994 e 1995-2004. Mas, por
região, os índices ainda permanecem bem abaixo da média na Ásia Meridional e
Ocidental e na África Subsaariana (ao sul do deserto do Saara), com
aproximadamente 60%. Nos Estados Árabes e no Caribe, as taxas estão em cerca de
70%.
Fonte: G1
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