Zâmbia tem estratégia avançada de combate ao HIV


A décima sétima Conferência Internacional sobre Aids e Doenças Sexualmente Transmissíveis na África, de sigla Icasa em inglês, foi realizada na África do Sul na primeira semana de dezembro. Líderes mundiais e pesquisadores vão se reunir para discutir formas de combate ao HIV e à Aids. Estima-se que o número de pessoas infectadas com o HIV em todo o mundo seja de mais de 35 milhões, das quais 70% estariam concentradas na África.

Na República da Zâmbia, localizada no sul do continente africano, a prevalência nacional do HIV passava de 15% da população em 2002, resultando em queda na expectativa média de vida para pouco mais de 30 anos. Depois de uma década desde a implantação de programas para eliminar a epidemia, a expectativa de vida se recuperou e já é de 50 anos. O Japão também tem prestado ajuda a Zâmbia por meio do envio de especialistas da Jica, a Agência de Cooperação Internacional do Japão, que desenvolveram um plano estratégico nacional para diminuir o número de infectados pelo HIV.


O primeiro e principal assunto com o qual o governo decidiu lidar é a educação da população em relação a meios de se prevenir a contração do HIV. Além disso, o governo também introduziu tratamento para aqueles que já são soropositivos. Inicialmente, era uma estratégia de divisão de custos, de acordo com a qual os pacientes precisavam arcar de maneira parcial com o seu tratamento. Acabou sendo provado, no entanto, que isso era um impedimento. Assim, o tratamento antiretroviral, ou ART em inglês, tornou-se gratuito para qualquer cidadão do país que precisasse do tratamento. 

Apesar de o número de pacientes com Aids ter diminuído durante o programa, as autoridades da Zâmbia perceberam rapidamente que as pessoas que viviam em áreas remotas não estavam sendo tratadas devido à falta de acesso. Desse modo, o governo elaborou uma estratégia para levar tratamento para os residentes de áreas remotas, envolvendo a criação de locais conhecidos como serviços móveis contra o HIV.

As instalações que oferecem serviços em áreas rurais são conhecidas como "locais móveis", ao passo que hospitais que dão apoio a essas instalações recebem o nome de "locais estáticos". A Zâmbia possui mais de 100 locais móveis e aproximadamente 50 locais estáticos. Equipes médicas dos locais estáticos visitam os locais móveis uma vez a cada duas semanas para prestar auxílio e entregar medicamentos e recursos adicionais. Esse programa de tratamento antiretroviral provou ser muito eficaz, alcançando mais de 90% das pessoas com necessidade de tratamento.

Estima-se que 100 mil crianças sejam portadoras do HIV na Zâmbia, mas somente 35 mil recebem tratamento. Por meio da combinação de várias estratégias, o governo espera reduzir não apenas o número de crianças infectadas, mas também o número total de pacientes soropositivos no país.

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