Mogiano lembra os bons tempos do Palacete Jafet



O contabilista Clóvis Akira Igarashi, 48 anos, nasceu e cresceu no Alto do Ipiranga, sendo testemunha das transformações radicais pelas quais o Bairro passou neste quase meio século.
Por isso, chamou-lhe a atenção a foto do Palacete Jafet, entre as que o jornal apresentou para serem comentadas por seus leitores, na sequência do Suplemento Especial em homenagem aos 453 anos de Mogi, completados no último domingo.
A imagem o levou de volta há cerca de 40 anos, quando aquela região da Cidade onde ele morava, hoje alvo de violenta ocupação imobiliária, ainda era cenário de grandes chácaras, onde moravam os imigrantes japoneses e libaneses que se fixaram em Mogi, em busca de trabalho.
E Igarashi contou sua história:
“Eu morava na Avenida Japão e, na época, jogava bola na rua, tamanha a tranquilidade, pois ali raramente passava um carro. Costumávamos jogar contra os colegas de outras ruas do Bairro e sempre nos reuníamos em um terreno próximo à Rua Henrique Eroles, de frente para o Palacete Jafet.
Quase que diariamente eu passava por ali e ficava admirando aquela construção imponente. Sempre via pessoas entrando em saindo, mas nunca via o dono do palacete, nem imaginava quem seria. Mas de uma coisa tinha certeza: era um homem muito rico para morar num verdadeiro palácio como aquele”.
Eu parava em frente e imaginava como seria lá dentro. Vários quartos, quadros na parede, cercada de obras de arte, grandes móveis antigos, tudo igual aos filmes clássicos. Quando assisti ao filme “E o Vento Levou”, pensei comigo: o palacete deve ser igualzinho ao casarão da produção cinematográfica.
A construção era imponente, ocupava toda a área onde hoje é o Supermercado Maktub. O palacete ficava bem no meio da propriedade e era cercado por um grande jardim. Mais ao fundo e dos lados, grandes árvores tomavam conta da paisagem de cinema. Na frente, um portão enorme, onde todos que passavam paravam para admirar.
Com o passar dos anos, eu ia notando que o palacete estava se deteriorando, precisava de pintura; no lugar do antes bem tratado jardim, crescia o mato. Passado mais algum tempo, percebíamos que não morava mais ninguém ali e o palacete estava abandonado. Uma pena, um patrimônio histórico da Cidade acabou daquela forma.
Lembranças de um belo passado, de uma infância cheia de alegria e de grandes monumentos, que se perderam no tempo”. 

Fonte: Jornal O Diário de Mogi

Comentários

  1. Eu também cresci ai perto na antiga rua Botujuru e agora conhecida Doutor Fernando Tancredi ,quando passava enfrente dele vivia imaginando como seria lindo lá dentro 😔fiquem muito triste quando demoliram ele para construir um mercado!

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    1. Obrigado pelo comentário, infelizmente a especulação imobiliária acaba com a preservação da história

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  2. Realmente , essa um palácio, sempre passava em frente cm minha mãe e faça admirando . Era criança e pedia p minha mãe que queria entrar no palácio p ver como era lá dentro. Só tenho a imagem em minha mente do Palácio. Seria um Patrimônio se não tivesse acabado. 😔

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