JAPÃO: FESTIVAL DE DELICADEZAS
Valorizar todo
encontro, cada momento vivido com outra pessoa, porque, afinal, ele pode nunca
se repetir. Esse é o sentido de “ichigo ichie”, o espírito japonês
da hospitalidade, que remonta aos samurais do século 15 e à tradicional
cerimônia do chá.
Sejam amigos do peito, novos conhecidos ou colegas, os japoneses se desdobram pelos convidados. “Há uma preocupação extrema em receber e quase um sacrifício para agradar”, diz Yusuke Nakayama, vice-cônsul do Japão em São Paulo.
Mais do que dar o melhor de si, a ideia é satisfazer as necessidades dos convivas. Lumi Toyoda, pesquisadora e consultora de cultura e etiqueta japonesas, conta um caso que ilustra o grau de esforço do anfitrião japonês. Os protagonistas: um político brasileiro e sua mulher.
(Antes, é bom lembrar que no Japão não se
entra em casa de sapato. Por uma questão de higiene, o calçado é deixado no
hall de entrada, onde estão dispostos chinelinhos próprios para a circulação
interna; se a sala for de tatame, fica-se descalço.)Sejam amigos do peito, novos conhecidos ou colegas, os japoneses se desdobram pelos convidados. “Há uma preocupação extrema em receber e quase um sacrifício para agradar”, diz Yusuke Nakayama, vice-cônsul do Japão em São Paulo.
Mais do que dar o melhor de si, a ideia é satisfazer as necessidades dos convivas. Lumi Toyoda, pesquisadora e consultora de cultura e etiqueta japonesas, conta um caso que ilustra o grau de esforço do anfitrião japonês. Os protagonistas: um político brasileiro e sua mulher.
Voltando ao casal de
brasileiros: ao chegar a uma recepção, eles se dirigiram à sala. Então,
perceberam que os anfitriões haviam sumido. Minutos depois, os donos da casa
reaparecem calçando sapatos, como faziam, inadvertidamente, os brasileiros.
Tudo para evitar constrangimento às visitas.
Poupe você
também seu dedicado anfitrião japonês. Liberar a porção latina, por exemplo,
pode ser altamente embaraçoso. Falar alto, expor alegria ou indignação, fazer
críticas esbanjando contundência não caem nada bem numa cultura que prega
conceitos budistas como humildade, serenidade e harmonia. O respeito mútuo
também é cultivado.
Por isso, não é demais conferir práticas recomendáveis à visita que quer retribuir a acolhida:Compareça ao encontro na hora marcada. Se for atrasar – cinco minutos que seja –, ligue avisando.
Leve uma lembrancinha para o anfitrião; para acertar em cheio, chegue com uma sobremesa. Mas sem fazer aquele Carnaval em torno das qualidades do presente, como é costume aqui. Até dá para comentar que se trata de algo considerado bom, um doce apreciado, por exemplo. Mas sem exaltação.
Nos cumprimentos, controle seu ímpeto de distribuir beijinhos e abraços. Idem para o aperto de mão. Os japoneses não são tão pródigos com o contato físico. Restrinja-se a fazer uma leve reverência, curvando o corpo para frente. Exceção: a turma nipônica mais globalizada, que mantém contato regular com os ocidentais.
Dar gargalhada não é prática comum, mas tudo pode mudar depois de alguns saquês. Quando começam a beber, os japoneses se transformam. Nessa hora, os mais alegrinhos podem falar a besteira que for: a turma entende.
À mesa, atenção aos hashis: é aconselhável treinar o manuseio, porque nem toda casa tem garfo e faca para ajudar os ocidentais. E nunca espete os pauzinhos no sushi, porque remete a rituais religiosos em que uma tigela de arroz com um par de hashis espetado é oferecida aos mortos.
Não se assuste com a sinfonia dos convivas degustando a sopa. Fazer barulho para sugar o caldo é um costume nacional. Se não consegue fazer igual, OK. Mas diga que está apreciando a comida. Os japoneses gostam de elogio.
Não enrole muito para ir embora, como fazemos, permanecendo horas a fio de papo em volta da mesa regada a uma coleção de cafezinhos. Acabou o jantar? Arigatô e benção.
Por isso, não é demais conferir práticas recomendáveis à visita que quer retribuir a acolhida:Compareça ao encontro na hora marcada. Se for atrasar – cinco minutos que seja –, ligue avisando.
Leve uma lembrancinha para o anfitrião; para acertar em cheio, chegue com uma sobremesa. Mas sem fazer aquele Carnaval em torno das qualidades do presente, como é costume aqui. Até dá para comentar que se trata de algo considerado bom, um doce apreciado, por exemplo. Mas sem exaltação.
Nos cumprimentos, controle seu ímpeto de distribuir beijinhos e abraços. Idem para o aperto de mão. Os japoneses não são tão pródigos com o contato físico. Restrinja-se a fazer uma leve reverência, curvando o corpo para frente. Exceção: a turma nipônica mais globalizada, que mantém contato regular com os ocidentais.
Dar gargalhada não é prática comum, mas tudo pode mudar depois de alguns saquês. Quando começam a beber, os japoneses se transformam. Nessa hora, os mais alegrinhos podem falar a besteira que for: a turma entende.
À mesa, atenção aos hashis: é aconselhável treinar o manuseio, porque nem toda casa tem garfo e faca para ajudar os ocidentais. E nunca espete os pauzinhos no sushi, porque remete a rituais religiosos em que uma tigela de arroz com um par de hashis espetado é oferecida aos mortos.
Não se assuste com a sinfonia dos convivas degustando a sopa. Fazer barulho para sugar o caldo é um costume nacional. Se não consegue fazer igual, OK. Mas diga que está apreciando a comida. Os japoneses gostam de elogio.
Não enrole muito para ir embora, como fazemos, permanecendo horas a fio de papo em volta da mesa regada a uma coleção de cafezinhos. Acabou o jantar? Arigatô e benção.
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