Novas tecnologias semeiam a discórdia entre casais
Uma
matéria publicada no jornal japonês “Japan
Today”, com o seguinte título, “Os smartphones podem ser nocivos para o
casamento”. A reportagem demonstra os problemas que podem existir quando o
tempo dispensado aos aparelhos é maior do que aquele dedicado à relação
conjugal.
O
jornal evidencia o caso de Yoshiko, uma japonesa de 42 anos, casada há seis com
um homem dois anos mais velho. Quando ela chegou aos 38 anos pensou em ter um
filho, mas ele recusou. Atualmente, ambos estão trabalhando em tempo integral.
A mulher refere que desde que o homem adquiriu um telefone inteligente, a
relação vai de mal a pior. O homem, quando está em casa, está quase todo tempo
jogando ao telefone. Em função dos jogos online o marido sugeriu, inclusive,
que os dois jantassem separadamente, já que ele queria jantar e jogar ao mesmo
tempo. Enquanto o marido está absorto pelo smartphone, não quer ouvir uma
palavra do que a esposa diz.
O
antropólogo sexual Kim Myong-Gan salienta que “na era digital, smartphones
tornaram-se uma necessidade social, mas as mulheres conservam a necessidade de
conversar”. No lado oposto, adverte o estudioso, estão alguns homens que se
satisfazem apenas com a troca de mensagens virtual.
A
conselheira matrimonial Semiko Yamazaki ressalta que um telefone inteligente
não é a razão para o divórcio, mas pode ser o gatilho para a desconfiança e o
fim do relacionamento. Ela ainda refere o caso de um casal que se separou
depois que o homem, nervoso ao perder um jogo online, gritou com o filho de 2
anos. A reportagem enfatiza que os smartphones podem semear a discórdia nos
relacionamentos.
Aqui
no Brasil, uma febre que tomou conta de todo país, é o aplicativo de troca de
mensagens WhatsApp que permite trocar
mensagens pelo celular sem pagar por SMS, além das mensagens básicas, os
usuários do WhatsApp podem criar
grupos, enviar mensagens ilimitadas com imagens, vídeos e áudio.
Ao mesmo tempo em que o progresso nos traz enormes
vantagens, é preciso saber utilizar as novas tecnologias. Elas não são boas ou
más em si. Seu uso é que as torna mais ou menos benéficas.
São
inúmeros os casos de brigas entre casais por causa do WhatsApp, em agosto de 2014, O montador de
assessórios A.B.M, 36, foi preso em Cuiabá acusado de agredir e ameaçar a
esposa por estar descontente com ela que passa muito tempo no celular, no
programa de mensagens instantâneas “Whatsapp”. Ele relata que a esposa não
larga um minuto sequer o celular, trocando mensagens com pessoas que ele
desconhece.
Há também o fato do
uso indiscriminado do aplicativo no ambiente de trabalho, que vem causando
problemas aos empregadores. Os
funcionários de muitas empresas têm criado, espontaneamente, grupos de WhatsApp
para facilitar a comunicação entre eles. No entanto, além das equivocadas
interpretações, algumas atitudes antiéticas estão ocorrendo com frequência. É o
caso de pessoas que mandam mensagens ou expõem pessoas a todo o grupo, quando o
correto teria sido dar esse feedback diretamente à pessoa. Essa falta de bom
senso no uso do WhatsApp e mesmo e-mails ou outras ferramentas digitais, estão
criando situações de constrangimento com possíveis efeitos jurídicos nocivos
para pessoas e empresas.
“É preciso ter muito cuidado com mensagens escritas, pois
o que escrevemos chega de forma impessoal ao destinatário. Só mesmo escritores
muito hábeis são capazes de passar a exata emoção naquilo que escrevem. Assim,
quase sempre, a pessoa que nos lê numa mensagem digital, não reconhece a emoção
que está por trás da mensagem e isso faz com que haja muitas interpretações
equivocadas— o que têm provocado muita confusão, conta o consultor de
pessoas, Luis Marins.
Fonte: Japan Today, Gazeta Digital,
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