Cruel, muito cruel
Até quando iremos continuar
sofrendo com os serviços públicos no Brasil? Atendimento à saúde, educação,
transportes, sempre tem algum problema em suas estruturas e quem acaba sendo
prejudicado é a população.
Hoje pela manhã fui vítima de
mais um desses “problemas”. A greve dos trabalhadores da CPTM (Companhia
Paulista de Trens Metropolitanos) causou transtornos a milhares de usuários e
pegou todos de surpresa, pois a noticia de que os trabalhadores iriam entrar em
greve foi divulgada apenas por volta das 22h00min de ontem.
Utilizo os trens diariamente para
me deslocar para o trabalho de Mogi das Cruzes até o bairro do Tatuapé na
capital paulista, e o trajeto é feito em aproximadamente uma hora e dez
minutos. Hoje como não tínhamos os trens, a opção foi optar pelos ônibus
intermunicipais, e a experiência foi a mais terrível que já passei. Para
começar, não conseguia entrar no ônibus, tamanha a quantidade de pessoas nos
pontos, e tive que esperar passar 3 coletivos até conseguir entrar, e depois
tudo de ruim que poderia acontecer, realmente aconteceu em dobro. O trânsito
estava completamente congestionado, muitos veículos nas ruas, pessoas aos
montes nos pontos de ônibus, o anda e para e a viagem só começava. Acreditem,
levei 4 horas para percorrer um trajeto de aproximadamente 60 km.
Como dizia o antigo narrador
esportivo, Januário de Oliveira – “Cruel, muito cruel”, ele se referia quando o
goleador do time fazia um gol. No meu caso, foi muito cruel a verdadeira
aventura enfrentada hoje. Não estou mais na idade pra enfrentar tudo isso. Nós
trabalhadores honestos não merecemos tanto sofrimento, não sou contra as
reivindicações por melhorias de salário, mas desde que nós trabalhadores não
sejamos tão prejudicados.
Morei por muito tempo fora do
país, no Japão, e lá essas profissões são muito valorizadas, um professor tem o
mesmo status e importância que um médico. Um motorista de transporte coletivo,
ônibus ou ferroviário também é muito valorizado, pois está sob sua
responsabilidade, a vida de várias pessoas.
Hoje a desilusão é grande, não
vejo perspectivas de melhora, e sempre me lembro da frase de uma pessoa que era
entrevistada no aeroporto quando partia para fora do país. Ela dizia assim,
“Não é que eu queira ir embora, mas o Brasil está fazendo com que eu parta,
está aos poucos me mandando embora para fora”.
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