O futuro da política energética do Japão
O futuro da energia nuclear tem sido alvo de
debates públicos desde 2011 quando um acidente danificou uma usina nuclear em
Fukushima. Como resultado, todos os 50 reatores comerciais do Japão foram
desativados.
Organizações ambientais, juntamente com cidadãos
comuns fizeram manifestações no ano passado contra uma decisão de reativar duas
unidades. Mas desde então, o ímpeto das manifestações diminuiu.
O desenrolar do acidente nuclear de 2011
resultou numa sequência de protestos contra a energia atômica e os planos de
reativar reatores parados. Em algumas ocasiões milhares de pessoas compareceram
às manifestações, em outras, centenas de milhares.
Tatsuya Yoshioka, diretor da ONG Peace Boat,
organizou algumas das manifestações. Ele estava eufórico com o entusiasmo
demonstrado pelas pessoas.
Contudo com o passar dos meses, Yoshioka viu o
entusiasmo ir diminuindo conforme as pessoas mudavam o enfoque para outras
questões como a da reconstrução das áreas atingidas pelo desastre.
Yoshioka tenta reiniciar uma discussão
nacional a respeito do uso da energia nuclear. Ele diz que a oportunidade de
concretizar uma sociedade livre de energia nuclear está sendo desperdiçada, e
que fica frustrado de ver que os japoneses parecem ter se esquecido dos riscos
que acarretam as usinas nucleares.
O mesmo têm feito os executivos de grandes
empresas. Eles dizem que o Japão precisa de uma fonte estável de energia.
O premiê japonês Shinzo Abe e seu partido
governista, o Liberal Democrático, também usam o mesmo argumento. Eles apóiam a
indústria nuclear desde que ela seja bem regulamentada. Abe disse que as usinas
de energia nuclear que atendam os novos padrões de segurança voltariam a operar
em conformidade com um parecer profissional.
Líderes de partidos oposicionistas são
unânimes em dizer que querem abolir a energia nuclear no futuro, mas até agora
não conseguiram apresentar modos concretos para atingir tal objetivo.
O acidente de Fukushima expôs os riscos e os
custos associados à energia nuclear. Contudo Yoshioka diz que os japoneses
ficaram complacentes. Ele diz que a cada dia, as memórias e o impacto de 11 de
março estão se perdendo.
As empresas de eletricidade começaram o
processo de reativar suas usinas nucleares. Mas não devemos deixar que as
memórias de 11 de março de 2011 desapareçam. Sejam quais forem as nossas
opiniões particulares a respeito da energia nuclear, está claro que mais
debates são necessários sobre as maneiras de conseguir a energia necessária ao
país.
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