Obesidade: o fantasma que assombra os “filhos” de Fukushima
Quase
quatro anos após a tríplice catástrofe que atingiu o Japão (o terremoto seguido de um
tsunami e de um desastre nuclear em 2011), o país convive com um fantasma
perigoso: a obesidade infantil. O problema é crescente entre os “filhos” de
Fukushima, como são conhecidas as crianças que moram em vilarejos próximos à
usina de energia.
Segundo uma pesquisa feita pelo governo e divulgada pela
mídia local, as crianças de Fukushima são
as mais obesas do Japão. Por medo da exposição à radiação, essa geração passa a
maior parte do tempo confinada dento de casa, o que contribui para o
desenvolvimento do quadro.
Lançada neste mês, a pesquisa calcula a porcentagem de
crianças e adolescentes cujo peso corporal é, pelo menos, 20% superior à média
considerada sadia e é aplicada a meninos e meninas de 5 a 17 anos.
O estudo constatou que 15,07% das crianças de 9 anos na
província de Fukushima se enquadravam no perfil da obesidade infantil. A taxa é
muito maior do que a média nacional, de 8,14%, e é considerada a mais alta
entre todas as 47 províncias avaliadas.
Durante muito tempo, as localidades próximas à Fukushima
ficaram submetidas a determinadas restrições para exposição ao ar livre.
Em Koriyama, por exemplo, localizada a 55 km da usina em
ruínas, a recomendação era de que crianças de até dois anos de idade não
gastassem mais do que 15 minutos fora todos os dias. Aqueles com idade entre
três e cinco deveriam limitar seu tempo ao ar livre a no máximo 30 minutos.
Atualmente, a restrição se aplica a menos de 10% das
províncias. Apesar disso, as crianças não demonstram muito interesse em brincar
fora de casa.
Infelizmente, os efeitos de uma infância limitada em seus
primeiros anos não se limitam ao ganho de peso.
Falta de coordenação (como dificuldade para andar de
bicicleta), estresse, desânimo e temperamentos mais explosivos são algumas das
alterações que preocupam os profissionais de saúde.
Fonte: Exame Meio Ambiente
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