A violência urbana – obstáculo para o desenvolvimento sustentável
Uma dos grandes problemas para o desenvolvimento social e
econômico de forma sustentável é a violência urbana. A redução da violência
está sendo tratada pelas nações desenvolvidas, como uma prioridade global, pois
se trata de um grande impedimento para o desenvolvimento. O governo não
consegue investimentos em regiões onde predomina um alto índice de violência.
Empresas, comércio não se instalam em locais perigosos, travando assim a
geração de empregos e conseqüentemente, o desenvolvimento da região. Nações que
atingiram certo nível de desenvolvimento foram somente graças a programas de
combate aos problemas com a violência.
Quando falamos em violência, um indicador é o número de
homicídios. As organizações têm uma ideia de como o homicídio ocorre, quais as
razões culturais e sociológicas, por que as pessoas cometem o homicídio.
Algumas respostas são: por razões econômicas, outras por razões políticas,
outras vezes são por problemas dentro da família, mas cada uma dessas
manifestações de violência é um problema na qual os governos têm boas ideias de
como tratar, mas acabam esbarrando em políticas internas, corrupção, interesses
políticos e mais uma série de fatores que impedem a erradicação do problema.
Todos esses fatores enquadram-se na realidade brasileira,
caso o governo não tome uma atitude mais contundente, vamos conviver com o
aumento da criminalidade e da violência urbana. Nos últimos dias presenciamos o
assassinado de um comandante de uma UPP (unidade de policia pacificadora) no
subúrbio do Rio de Janeiro. O capitão Uanderson Manoel da Silva foi morto
covardemente defendendo a comunidade. Fatos como esse acabam gerando uma crise
de violência ainda maior, pois a policia agora irá fazer uma verdadeira caçada
aos assassinos do comandante, decretando uma verdadeira guerra com os
marginais.
Há também o fato de que atingir um alto grau de
desenvolvimento não bloqueia necessariamente a violência em um país, o maior
exemplo são os Estados Unidos, com seus constantes casos de violência em
escolas e locais de grande movimentação de pessoas, onde maníacos descarregam
suas armas sobre crianças e pessoas inocentes.
São casos distintos, no Brasil há uma razão para os
assassinatos, já nos Estados Unidos, não há uma explicação concreta, geralmente
são pessoas com sérios problemas mentais que cometem essas atrocidades,
deixando a população apreensiva, pois os casos vêm crescendo com o passar do
tempo.
A ONU (Organização das Nações Unidas) vem desenvolvendo um
programa intitulado ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) cujo
principal objetivo de inicio será a promoção da paz mundial, com significativa
redução da violência de todas as formas.
Uma das grandes dificuldades da ODS é em relação às estatísticas
da violência. Embora todo governo tenha colocado como lei que assassinato é
crime, há diferentes tipos de assassinato de acordo com a legislação de cada
país. Existe assassinato intencional, acidental, assassinato por razões
políticas, assassinato de policiais, então, existem diferentes formas de como
os governos lidam com os mesmos fenômenos. E isso torna muito difícil comparar
as estatísticas de um governo com outro porque possuem códigos legais
distintos. A outra dificuldade é que os governos algumas vezes relutam em
compartilhar essa informação sobre crimes porque isso pode ser constrangedor ou
porque pode gerar questionamento público sobre se ele está fazendo um bom
trabalho ou não. Mas nos últimos sete a dez anos, em parte por causa dos Objetivos
do Milênio, a ONU tem trabalhado com governos e acadêmicos para conseguir
chegar a algumas definições comuns. Isso permitirá aos governos reportarem
estatísticas sobre diferentes tipos de crimes de uma maneira que poderiam se
comparadas para dar um quadro geral do crime no mundo. E isso é muito poderoso
porque o melhor alicerce para se construir política pública são os fatos. E os
governantes estão vendo um consenso emergindo na comunidade internacional sobre
como os crimes podem ser definidos e classificados.
Para a ODS, desenvolvimento sustentável significa não jogar
simplesmente dinheiro em um problema por um curto período, ou seja, devemos
fazer as corretas escolhas de políticas, aquelas que fazem sentido no contexto
particular de um país.
Para gerar progresso em diferentes áreas, tem que ser
desenhada uma estratégia para cada contexto em particular. E, em geral, sabemos
que se você não desenha estratégias e políticas que possam ser levadas adiante
no longo prazo – e que serão abandonadas – você não verá ao longo do tempo
nenhuma melhora significativa.
Existem sociedades que não tem problemas significativos com
violência, mas ainda são muito pobres. E há também países que são ricos e que
possuem problemas graves com violência. Há muitas variáveis independentes para
essa análise e o ponto é que não há apenas uma explicação que atue em todos os
contextos distintos. É preciso entender quais são os principais problemas em um
país em particular e tratá-los. A ODS está sendo elaborada agora. Há aspirações,
objetivos, esperanças, mas é de bom entendimento que os alvos para qualquer
objetivo em particular tem que ser direcionados levando em conta o contexto de
cada país individualmente.
A violência faz parte da natureza humana. A questão que
todos os governos se deparam é como você muda o comportamento humano de uma
maneira construtiva. As pessoas provocam violência por diferentes motivos.
Batem nas suas mulheres porque viram suas mães apanhando de seus maridos;
abusam de crianças porque foram abusados quando crianças. Ou seja, cometem
crimes por muitas razões. As motivações das pessoas são muito complexas e a
violência não é um fenômeno que pode ser facilmente explicado. Depende também
muito do contexto onde vivem.
Comentários
Postar um comentário