O Papel das Mulheres Japonesas no Mercado de Trabalho
O Japão sempre foi reconhecido por seu avanço tecnológico, pela educação de seu povo, pela limpeza das suas ruas e por ser um dos países mais industrializados do mundo.
Apesar de toda essa
modernidade, o país é um dos que mais conservam suas tradições. Ainda hoje,
perdura a sociedade machista, fator que mantém o alto índice de discriminação
sexual, onde as diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho são
enormes.
Segundo o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD), o Japão é o país rico mais desigual do mundo neste
aspecto, e isto tende a se ampliar. Uma pesquisa revelada no último Fórum Econômico Mundial em Davos, na
Suíça, mostrou que o Japão caiu do 99º para o 101º lugar em relação à pesquisa
anterior em 2009, em matéria de discriminação sexual, de um total de 130 países
estudados. De longe a colocação mais baixa entre as nações desenvolvidas. O
Brasil ficou no 51º lugar.
Outra pesquisa realizada
pela organização não governamental canadense Catalyst, que incentiva a
liderança feminina nas empresas, mostrou que diferente das japonesas, as
mulheres brasileiras são lideres globais em ocupação de cargos gerenciais. Em
aproximadamente 30% das empresas do país, mais da metade dos principais cargos
é ocupada por executivas, ante 11% da média mundial.
Uma das principais razões
para a desigualdade entre homens e mulheres no Japão, é a difícil tarefa de
conciliar trabalho e família. No Japão, não há empregados domésticos, então
sempre coube a mulher a tarefa de cuidar do lar.
As mulheres japonesas que
trabalham em escritórios, além de realizar suas tarefas administrativas ainda
cuidam da limpeza e servem chá para os superiores, enquanto os homens sobem na
escala hierárquica.
As japonesas alcançaram
pouco progresso, atualmente há mais mulheres em cargos executivos, mais
continua distante da média mundial. No entanto, há um problema que persiste:
cerca de 70% delas deixam de trabalhar após o nascimento do primeiro filho.
Depois do nascimento dos
filhos, é muito difícil para elas voltarem a trabalhar. Elas só retornam depois
que as crianças entram na escola, e só conseguem trabalho de tempo parcial por
um salário muito baixo.
As empresas japonesas pagam
salários maiores para os homens com esposas que não trabalham. As mulheres que
retomam um emprego em meio período têm menor renda. Estas são normas e leis
criadas na década de 1970 em função da realidade econômica da época, e não
mudaram muito.
Com uma população que
envelhece rapidamente, a taxa de natalidade diminui, não há outra solução a não
ser aproveitar mais a população existente. As mulheres representam 50% dos
habitantes do país, tem um elevado nível de educação, mas deixam de trabalhar
ao chegarem a determinada idade. Não há outra opção a não ser tomar medidas
para que as mulheres continuem trabalhando.
O primeiro passo foi dado
pelo primeiro ministro Shinzo Abe, que designou uma autoridade de alto escalão
do Ministério da Economia e Indústria como secretária do primeiro ministro. Ela
será uma dos sete secretários do gabinete do primeiro ministro.
Makiko Yamada, de 53 anos,
vice-diretora geral para a Estratégia da Tecnologia da Informação do Ministério,
tornou-se a primeira mulher a assumir o cargo.
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Makiko Yamada junto ao primeiro ministro Shinzo Abe |
Ela lidará com a s relações
públicas do gabinete, assuntos relacionados à mulher e a diminuição da taxa de
nascimentos, assim como políticas da tecnologia da informação e
telecomunicações.
Outra medida tomada pelo
governo foi conclamar os ministérios e agência do governo a assegurarem de ter
no quadro de seus funcionários 30% ou mais de mulheres.
Agora, muitas mulheres estão
revendo seus conceitos: seguir uma carreira profissional e adiar ou abdicar do
casamento e filhos, ou dedicar-se a família.
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