As dificuldades de um taxista brasileiro no Japão
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Flávio Matsumura é taxista no Japão |
Dia sim, dia não, o
paranaense Flávio Matsumura percorre as ruas de Yokohama, no Japão com um táxi.
A rotina de trabalho é puxada.
¨É
o horário, porque você trabalha um dia e folga um dia, tem que acordar cedo, às
5 horas da manhã e começa a trabalhar as seis, e vai até as 14h00min, esse
horário não estou acostumado, eu estava acostumado a trabalhar em firma, em
fábrica, e aqui não, não tem horário definido para descansar¨, disse o taxista,
Flávio Matsumura.
Flávio
está no Japão há mais de 17 anos. Resolveu virar taxista, porque pensa em
prolongar a permanência no país.
¨Estava
procurando serviço que me desse estabilidade por um bom tempo para ficar no
Japão, e apareceu essa oportunidade e assim, eu estudei e investi nesse setor.¨
Flávio
é um dos mais de 370 mil taxistas registrados no Japão. São raros os clientes
que percebem traços diferentes no brasileiro.
¨Só
uma pessoa perguntou para mim, pelo sotaque, você parece que não é japonês, e
mesmo assim, essa pessoa ficou contente, nossa, tem brasileiro taxista, o
serviço é uma surpresa, mas ele pediu para eu me esforçar, e falando também que
em 2020 serão realizadas as olimpíadas, e futuramente vai precisar de pessoas
que falem outras línguas, não só japonês, ¨ disse o taxista.
Essa
é a expectativa de Youhei Fukuda, funcionário de uma empresa de recursos
humanos que contrata taxistas.
¨Para
as Olimpíadas 2020 em Tóquio, vamos precisar de profissionais que dominem
outros idiomas, além do japonês¨.
Para
quem pensa em seguir o exemplo de Flávio, Fukuda diz que o candidato precisa
gostar de lidar com pessoas. ¨Comunicação é essencial nesse ramo¨, explica.
Serviços
de táxi por telefone e atendimento personalizado têm crescido no Japão. Para
conquistar esse cliente mais exigente, é importante ser simpático e respeitoso,
e o brasileiro hoje sabe atender no padrão japonês, com muita educação e
simpatia.
Flávio
não pode sair com o táxi sem antes checar as condições do carro. O
bom taxista precisa entender de mecânica. Pelo ruído do motor, Flávio hoje
consegue identificar problemas.
O
carro pode estar bem, mas só sai da garagem se o motorista também passar pelo
teste do bafômetro.
Só
assim Flávio pode conduzir o primeiro passageiro do dia, e ele só liga o carro
depois de conversar com seu chefe e ser liberado.
E
ele avisa que os brasileiros interessados em trabalhar no setor de serviços no
país têm que estar preparado psicologicamente para as exigências da clientela
japonesa, o que pode trazer muitas barreiras no início para funcionários
estrangeiros.
¨Muitas
vezes o próprio cliente é mal educado, chegando a nos ofender, porque não
conhece o local aonde o cliente quer ir, então você vai ter que relevar tudo
isso, essa parte é um pouco mais difícil para o brasileiro, porque a cultura brasileira
é diferente da japonesa. Então acho que isso no começo, se a pessoa realmente
quer trabalhar nesse tipo de serviço, vai ter que ter orgulho de lado¨, alerta
Flávio Matsumura.
Fonte:IPC Digital
Que legal. Quero fazer contato com ele. Meu contato é www.taxiinrio.com.br
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